Aug 03, 2023
O kit de ferramentas Thomy pode facilitar a vida de crianças com tipologia
Crianças com diabetes tipo 1 podem administrar insulina de maneira fácil
Crianças com diabetes tipo 1 podem administrar insulina de forma fácil e divertida, usando este kit de ferramentas criado pela designer mexicana Renata Souza Luque.
Apresentado durante a conferência Design Indaba na Cidade do Cabo esta semana, Thomy é um kit fácil de transportar contendo uma caneta de insulina para crianças e um conjunto de tatuagens temporárias, projetado para facilitar a vida dos jovens que sofrem com a condição médica.
Souza Luque, formada em design de produto pela Parsons School of Design, em Nova York, começou a desenvolver o projeto depois que seu primo Tomas, de sete anos, foi diagnosticado.
Como cerca de 80.000 crianças a cada ano, ele se viu em uma situação em que teve que se injetar insulina cinco vezes por dia, para evitar que o nível de açúcar no sangue em seu corpo subisse a níveis perigosos.
"De um dia para o outro, Thomas tem que lidar com o medo de agulhas", explica Souza Luque.
"Percebi o quanto isso estava roubando da infância de Thomas", disse ela. "Foi quando decidi que queria criar algo para crianças com diabetes tipo 1, algo divertido, algo que eles pudessem esperar."
Seu objetivo com o kit Thomy era criar algo que seu primo teria orgulho de carregar em sua mochila.
Os dois produtos internos são projetados para tornar o processo de injeção de insulina seguro e fácil. Eles respondem a uma série de três questões que Souza Luque desvendou durante sua pesquisa. A primeira é que o local da injeção deve ser alternado, para evitar o desenvolvimento de grumos de gordura.
"Ao injetar insulina, é crucial alternar o local da injeção", disse ela. "Mas é muito difícil lembrar onde você já fez isso."
Como alternativa aos modelos de papel difíceis de usar que geralmente são distribuídos para quem sofre de diabetes, Souza Luque desenhou um conjunto de tatuagens temporárias com desenhos lúdicos, desde imagens do espaço sideral até cenas subaquáticas.
Essas tatuagens criam um mapa de pontos de injeção, identificados como pontos coloridos. Os usuários usam uma compressa com álcool para remover um único ponto colorido – garantindo que a área seja desinfetada – e depois administram a injeção.
"Depois de aproximadamente três dias a tatuagem não terá mais cor, indicando que é hora de remover a tatuagem, escolher um novo desenho e passar para um novo local de injeção", disse Souza Luque.
O segundo produto do kit visa resolver os dois outros problemas identificados pelo designer: que as canetas normalmente usadas para injeção não são adequadas para a mão de uma criança e que não facilitam a administração de uma dose completa.
"As crianças têm dificuldade em alcançar o lançamento no topo e não têm coordenação nem destreza para segurá-lo no lugar", disse ela.
Seu design é uma caneta com corpo curto e fácil de segurar, compatível com cartuchos de insulina e agulhas de caneta padrão. Ele também tem uma característica única - uma válvula de liberação envolta em plástico termocrômico, o que significa que muda de cor quando entra em contato com a pele.
"Isso motiva o paciente a ficar mais tempo com a agulha no corpo, garantindo a administração da dose completa, além disso, distrai a criança quando a agulha está no corpo", disse Souza Luque.
Para testar o sucesso do projeto, a estilista enviou à prima o produto sem nenhum manual de instruções e pediu à família que enviasse fotos do resultado. Uma das imagens que ela recebeu mostrava um dos irmãos de Thomas – que não tem diabetes – usando as tatuagens.
"Eu soube então que havia atingido meu objetivo. Melhorei as coisas para Thomas", disse ela.
Souza Luque concluiu o projeto em 2017, como parte de seus estudos na Parsons. Foi finalista nacional na edição americana do James Dyson Award 2017.
Ela o apresentou no segundo dia da conferência Design Indaba, que aconteceu de 21 a 23 de fevereiro de 2018. Dezeen é media partner do evento.
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